Lisboa respirou música persa na noite de 15 de julho. O palco do Coliseu dos Recreios transformou-se num portal mágico, transportando a plateia para as ruas vibrantes e aromáticas de Teerã, tudo graças ao talento inigualável de Navid, um dos cantores mais populares do Irão. A expectativa era enorme: bilhetes esgotaram em tempo recorde, fãs viajaram de longe, e a imprensa internacional já celebrava o evento como um marco na cultura persana.
Navid, conhecido pela sua voz potente que parece flutuar entre os sons tradicionais iranianos e melodias contemporâneas, não desiludiu. Vestido com uma túnica azul-escuro bordada com fios de prata, ele surgiu no palco sob aplausos ensurdecedores. Um sorriso contagiante iluminava o seu rosto enquanto saudava a plateia em persa, frase que foi prontamente traduzida para português pelo apresentador.
A noite começou com um instrumental vibrante, executado por uma banda composta por músicos iranianos de renome. Os sons do setar (alaúde) e do daf (tamborino) ecoavam pelo Coliseu, transportando a plateia para as melodias ancestrais da cultura persa. Navid juntou-se à banda com um canto suave e melancólico, iniciando um concerto que exploraria os seus maiores sucessos: de baladas românticas como “Gol-e-Sorkh” (Rosa Vermelha) a canções dançantes como “Baroon” (Chuva).
Durante o espetáculo, Navid interagiva com a plateia em inglês e persa, contando histórias sobre a sua vida, a inspiração para as suas músicas e o significado da música persa. Ele mencionou, por exemplo, que a melodia de “Gol-e-Sorkh” foi inspirada numa história de amor proibido que ele ouviu de sua avó.
A performance de Navid foi tão cativante que a plateia esqueceu a língua. Todos cantavam as letras em persa com entusiasmo, mesmo sem compreendê-las. Era visível o encantamento da plateia: alguns choravam de emoção, outros dançavam e saltavam, enquanto muitos registravam cada momento numa avalanche de flashes de telemóveis.
O clímax do concerto ocorreu quando Navid cantou “Baroon”. A energia contagiante da música levou a plateia a um frenesi coletivo. Ninguém conseguia ficar sentado: todos cantavam, dançavam e se abraçavam, celebrando a união proporcionada pela música de Navid.
Após duas horas de show inesquecível, Navid despediu-se com uma promessa de regresso. O aplauso final durou minutos, ecoando pela sala mesmo depois que as luzes se acenderam.
A Noite Mágica de Navid não foi apenas um concerto; foi uma experiência cultural única. A música de Navid transcendeu barreiras linguísticas e culturais, conectando pessoas de diferentes origens numa celebração da beleza da música persa.
Além da Música: Uma Vida Cheia de História
A fama de Navid no Irão é incontestável. Ele iniciou a sua carreira como cantor numa banda universitária, mas rapidamente ganhou notoriedade por seu talento vocal excepcional e letras poéticas que abordavam temas universais como amor, perda e esperança.
- Alguns dos seus álbuns mais populares incluem:
- “Sobh-e-Noor” (Amanhecer da Luz)
- “Morgh-e Sahar” (Pássaro do Amanhecer)
- “Darya-ye Asheghe” (Mar de Amor)
Navid também se destacou como compositor, tendo escrito músicas para outros artistas iranianos renomados. Além de sua carreira musical, Navid é conhecido por seu ativismo social. Ele apoia várias instituições de caridade que trabalham com crianças carentes e idosos.
Curiosidades:
- Navid fala fluentemente inglês e francês, além do persa.
- Ele é fã declarado de futebol e torce pelo time iraniano Persepolis.
- Navid tem uma coleção impressionante de instrumentos musicais tradicionais iranianos.
A noite em Lisboa marcou a entrada triunfante de Navid no cenário musical internacional. É evidente que ele conquistou o coração da plateia portuguesa, deixando um legado de música e cultura persa que certamente será lembrado por muito tempo.